Entrevista Fábio Cordeiro: O que esperar do CFB nos próximos anos?

Começo de gestão e fôlego renovado para dar continuidade aos projetos em favor da Biblioteconomia brasileira. Mas, antes, os recém-empossados conselheiros da 19ª Gestão (2022-2025) precisam organizar as propostas e as prioridades que deverão receber atenção da diretoria, das comissões e dos grupos de trabalho.

Ao contrário do que ocorre em uma eleição de conselho regional, na eleição do CFB os conselheiros são eleitos individualmente, sem a formação de chapa. Na prática, isso significa que não é possível desenvolver um plano de gestão conjunto antes da posse e da definição dos cargos que cada um ocupará. Por isso, os primeiros meses após a posse são utilizados para fazer esse planejamento.

Na entrevista abaixo, o presidente eleito para a 19º Gestão, Fábio Lima Cordeiro (CRB-1/1763), explica esse processo. Confira!

A posse ocorreu no dia 5 de janeiro e a primeira reunião de Diretoria foi realizada no final do mês. O trabalho ainda está no início, mas quais passos estão sendo planejados para o CFB?

Na prática, tivemos cerca de 20 dias úteis como conselheiros, sendo que boa parte desse período estive afastado devido à Covid. Mas, nessas primeiras semanas, algumas comissões já se reuniram. Eu conversei diretamente com os coordenadores daquelas que não possuem membros da diretoria entre seus integrantes e coletei as demandas e as ideias debatidas. As demais repassam as demandas para o diretor que compõe a comissão e, assim, levantamos os insumos para a primeira reunião de diretoria, que aconteceu nos dias 28 e 29/01, na qual deliberamos sobre assuntos em pauta no mês e os próximos passos.

Como está sendo a organização das metas e o planejamento das ações para os próximos anos?

Temos um planejamento feito no ano anterior, que tem influência direta no orçamento do Conselho. Somado a isso, temos as propostas apresentadas pelos conselheiros. De posse de todas essas informações, vamos alinhar as ideias à realidade orçamentária e aos objetivos pré-estabelecidos no planejamento, sempre pensando no que será prioritário para a Biblioteconomia.

Quando deverão ter um planejamento de trabalho mais sólido para seguir?

Embora tenhamos o suporte digital para discutirmos todas as ideias, teremos a primeira reunião presencial deliberativa com todos os conselheiros apenas em março, na qual votaremos as propostas de cada comissão e as prioridades a serem seguidas. Estamos ansiosos para começar a colocar nossas ideias em prática, mas um conselho federal, dentro do compromisso público com a sociedade, precisa seguir ritos e procedimentos oficiais, conforme determina a legislação. Isso é necessário, pois cada passo dado é auditável pelo TCU e, portanto, exige.

Como foi a definição das comissões temporárias e grupos de trabalho para a atual gestão?

Mantivemos todas as comissões, exceto a Parlamentar, pois entendemos ser necessário licitar um serviço de assessoria parlamentar especializado, conforme estabelece o Regimento Interno do Sistema CFB/CRB. Em março também deliberaremos sobre a criação de novas comissões. A princípio temos um grupo que apresentará uma proposta de criação de um Grupo de Trabalho que fomente o aumento de registros de pessoas jurídicas, que é pouco demandado atualmente. os demais grupos de trabalhos da gestão anterior foram mantidos.

Na sua visão, quais são as pautas prioritárias da Biblioteconomia?

Como disse, as prioridades ainda serão deliberadas, mas acredito que a adequação ao mundo digital seja uma delas. E não falo apenas em relação às ferramentas utilizadas na interação do Sistema CFB/CRB para facilitar os processos dos CRBs, mas também para fortalecer cada vez mais a presença da Biblioteconomia no meio digital, em seguimento às tendências atuais.

Com a pandemia, vimos como os processos digitais foram fundamentais para que os bibliotecários continuassem a realizar suas atividades, mesmo com muitas bibliotecas com as portas fechadas. Observamos, inclusive, a criatividade de muitos profissionais em buscar soluções no meio digital. A percepção é que a Biblioteconomia não está fechada em quatro paredes.

Uma das questões que sempre surgem é a melhor interlocução com os CRBs. Quais as ideias para tornar isso real?

Essa é uma demanda que está sendo estudada com muita atenção, pois queremos soluções que fortaleçam a integração do Sistema CFB/CRB. Atualmente, há um grupo de WhatsApp herdado da 18ª Gestão em que participam os Presidentes e Vice-Presidentes dos Regionais e do Federal. Reuniões virtuais periódicas que estreitem o diálogo institucional também estão previstas. Temos a ideia de fazer mais encontros privativos para escutar as demandas que requeiram atenção dos regionais, descentralizando os casos e trazendo os outros conselheiros federais para esse processo.

Gostaria de deixar uma mensagem para os bibliotecários e conselheiros regionais?

Queria destacar a importância de verem o CFB como uma autarquia federal, que segue protocolos e se sujeita a determinados ritos que nem sempre permitirão ações informais na resolução de demandas. Essa gestão, assim como as anteriores, está de portas abertas para receber ideias em favor da Biblioteconomia. Ressalto a importância de acompanharem as propostas do CFB para os próximos anos, sempre verificando as informações, pois teremos importantes pautas em discussão e a participação e apoio de todos será fundamental para o desenvolvimento da profissão.