
Valéria Martin Valls compartilhou insights sobre a “Biblioteca Humana” como ferramenta de inclusão social, no encerramento da programação desta quarta-feira (27) do CBBD, que conta com a participação do Conselho Federal de Biblioteconomia
Recife, 27 de novembro – A programação desta quarta-feira (27) do 30º Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação (CBBD) chegou ao fim com a apresentação do painel de Valéria Martin Valls, conselheira do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB), no Centro de Convenções de Pernambuco. A palestra de Valls, que integrou o Bloco 2 sobre Gestão e Planejamento, abordou o tema “Biblioteca Humana e seu papel na construção de uma sociedade mais inclusiva”.
Valéria, que tratou da temática em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), destacou como as bibliotecas podem funcionar como espaços de diálogo e inclusão, por meio do conceito inovador da “Biblioteca Humana”. Ela explicou como essa metodologia, que permite que pessoas compartilhem suas histórias e experiências de vida, pode ser uma poderosa ferramenta para o fortalecimento da cidadania e o combate à discriminação.
“O conceito de ‘Biblioteca Humana’ tem como objetivo transformar as pessoas em ‘livros vivos’, criando um espaço de troca e de construção de relações. Trata-se de uma proposta inovadora, que visa transformar a biblioteca em um ambiente mais dinâmico e inclusivo, onde a própria comunidade é empoderada e se torna protagonista”.
Na Europa, por exemplo, esse modelo tem se destacado, especialmente em contextos de grande fluxo de refugiados, oferecendo uma abordagem mais humanizada. Nesse espaço, as pessoas podem deixar de lado suas barreiras e preconceitos, permitindo-se compreender o outro. “É um convite a perceber as diferenças como oportunidades de conexão, onde a diversidade se transforma em uma ponte que une em vez de separar”, enfatizou Valéria.
Para ela, o conceito de “Biblioteca Humana” vai além do simples acesso à informação; ele propõe uma mudança de paradigma nas bibliotecas, transformando-as em espaços de diálogo, compreensão e empatia. “Dar voz a diferentes histórias de vida, ajuda a combater estereótipos e promover uma sociedade mais inclusiva, onde a diversidade é celebrada e respeitada. Acredito que esse modelo pode ser um importante catalisador para a construção de comunidades mais justas e solidárias”, concluiu.
O painel de Valéria Valls marcou o encerramento da participação do CFB na programação desta quarta do Congresso, que reúne profissionais e especialistas de todo o País para discutir temas de relevância para a biblioteconomia e a promoção da inclusão social. Sua apresentação foi um dos destaques da programação, levando os participantes a refletirem sobre as práticas inclusivas dentro do contexto das bibliotecas.