CFB promove mesa redonda sobre resolução nº 246/2021 no 22º Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias

Realizada em Florianópolis, a discussão sobre os parâmetros das bibliotecas universitárias e melhorias no ambiente profissional contou com ampla participação do público

 

Em novembro de 2021, o Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) formulou a Resolução nº 246, que estabelece parâmetros para estruturação e funcionamento das Bibliotecas Universitárias (BU). Em busca de aprimorar e atualizar suas diretrizes, o CFB discutiu a Resolução no final do ano passado, durante o 22º Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (SNBU). O evento foi realizado entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro, onde foram reunidos em mesa redonda o presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia, Fábio Lima Cordeiro, a coordenadora da Comissão de Legislação e Normas do CFB, Valéria Aparecida Bari, a diretora da Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Gleide Bitencourte José Ordovás, e o presidente da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB), Jorge Moisés Kroll do Prado.

 

“Queremos cada vez mais que as pessoas tenham acesso às informações e resoluções do Conselho Federal de Biblioteconomia para que elas possam ter efeito prático no dia a dia de cada um, principalmente na atuação profissional e no campo do trabalho. Por isso, pensamos em fazer algo democrático e abrir a consulta pública para ver se há necessidade de mudanças ou sugestões pertinentes que possam complementar a resolução. A ideia é efetivamente ouvir os profissionais e trazer essa discussão também para uma mesa redonda”, afirma Cordeiro.

O presidente FEBAB, Jorge, apresentou dados do Censo da Biblioteconomia e Ciências da Informação Brasileira com foco no olhar para as Bibliotecas Universitárias. A coleta do censo foi lançada em abril de 2022 e os dados apresentados indicam que são mais de 1.490 profissionais nesta categoria. “Na mesa redonda pudemos registrar, traçar ideias e contribuir com CFB na atualização desse documento tão importante. É preciso olhar para o contexto global e trazer para o nacional. A Resolução tem que ser algo vivo, que acompanha o campo da biblioteconomia brasileira, então precisa contemplar todas as demandas. Saímos com uma boa proposta, com a discussão prática do público presente que trouxe muitas angústias, pontos a serem melhorados e contemplados. A resolução já é muito completa, mas tem que estar em constante evolução”, destaca. 

Valéria apresentou os resultados prévios da consulta pública. Com base nas cerca de 160 respostas, recebidas até o dia 13 de novembro, quase 50% dos bibliotecários são atuantes em bibliotecas de instituições públicas, seguidos das bibliotecas da iniciativa  privadas. Foram levantados pontos de melhoria e aprimoramento do texto, mas de maneira geral, predominou a permanência do texto original. “A dinâmica que se requer é consultar os profissionais que estão em campo para ter uma qualidade ainda maior de informação. Essa discussão aqui hoje é uma grande conquista, pois existe a necessidade de termos uma sala acolhedora, de estarmos próximos e conversar sobre isso. Cada um é participante protagonista desse documento normativo que representa o trabalho de inúmeros profissionais”, afirma Valéria. Dados de 1º de dezembro mostram que mais de 250 profissionais já responderam a pesquisa que tem questões para que efetivamente se tenha um panorama completo sobre o assunto. 

 

Em um contexto prático de quem atua diretamente dentro de uma biblioteca universitária, Gleide apresentou a Biblioteca da UFSC e contribuiu com a discussão. “Dentro de toda uma programação do SNBU, tivemos essa mesa redonda que foi muito destaque, pois a atualização da resolução 246 é uma temática importante para todos os bibliotecários. Tivemos um debate aprofundado com ideias incríveis que devem ser levadas para instâncias maiores”.

 

Posterior à apresentação dos convidados a discussão foi aberta para perguntas e questionamentos com ampla participação do público. Todos os pontos apresentados serão levados para análise.

Valéria comentou um questionamento sobre os principais riscos da profissão, evidenciando que os riscos são também as principais oportunidades. “Temos abertura de muitas possibilidades de mediação de informação, disseminação de conhecimento e fontes. O novo campo, virtual, é desafiador e não temos controle sobre ele. No entanto, o bibliotecário é protagonista na mediação de conteúdo e a relação direta é humana, são processos cooperativos. Espero que cada um ao voltar para seu ambiente observe com olhar mais crítico a resolução, o encaminhamento das mudanças e como se colocar e conquistar e dominar esse espaço”, finaliza.

 

A consulta pública seguiu aberta até o dia 8 de dezembro, e diversos bibliotecários deram sua contribuição para o tema. 

 

Texto: Edinéia Rauta e Jean Racene