Durante a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada entre os dias 6 e 15 de setembro de 2024, o Conselho Regional de Biblioteconomia de São Paulo (CRB-8) e o Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) marcaram presença com um estande repleto de atividades que refletiram a diversidade e a inclusão no universo bibliotecário. O estande foi um ponto de encontro e debate sobre temas relevantes para a classe bibliotecária e para a sociedade em geral, com destaque para duas mesas que chamaram atenção pelo seu impacto.
Mesa de Abertura: bate-papo com a bibliotecária Melissa Maria da Silva
No primeiro dia da Bienal, às 12h, a bibliotecária Melissa Maria da Silva, travesti e autora do livro Infoeducação e transexualidades: estudos iniciais, abriu as atividades com um bate-papo sobre sua obra e sua trajetória. Emocionada, Melissa compartilhou o significado pessoal de estar na Bienal como escritora e bibliotecária com registro ativo. “Até agora eu não acredito que isso aconteceu de tão maravilhoso que foi. “Eu vim de baixo, da periferia, sou travesti, e para mim, estar aqui é uma forma de quebrar estereótipos e mudar a visão das pessoas sobre o que significa ser travesti”, afirmou.
Melissa destacou a importância do apoio que recebeu dos Conselhos Regional e Federal de Biblioteconomia, que tornaram sua participação possível. Para ela, a presença na Bienal foi uma experiência transformadora, que reforçou seu papel como bibliotecária e escritora representando travestis e pessoas trans no ambiente bibliotecário.
Mesa Redonda: bibliotecas na formação de um mundo melhor
No dia 08 de setembro, das 17h30 às 19h30, a mesa redonda “Bibliotecas na Formação de um Mundo Melhor” reuniu Aline Franca, do Ministério da Cultura, e João Moura, do Ministério dos Direitos Humanos, para uma conversa mediada pela bibliotecária Marilane Pacheco Rebello Freitas, presidenta do CRB-11 e indígena do povo Mura.
Marilane destacou a importância da mesa ao trazer à tona a necessidade de se discutir temas como racismo e a inclusão dos povos indígenas e negros na luta por um mundo mais justo e igualitário. “Essa conversa foi enriquecedora em diversos aspectos, trazendo o protagonismo dos povos indígenas e das pessoas pretas na luta contra o racismo. É uma luta de todos nós, e eventos como esse são fundamentais para questionar e desconstruir as feridas deixadas pelo processo de colonização”, comentou Marilane.
A mesa abordou ainda o papel das bibliotecas como espaços de inclusão, que podem contribuir para a formação de uma sociedade mais justa, dando voz e vez a grupos historicamente marginalizados.
A Participação do CFB na Bienal
O CFB, junto ao CRB-8, patrocinou e organizou essas e outras atividades, reafirmando seu compromisso com a promoção da biblioteconomia e com o fortalecimento do papel das bibliotecas como agentes transformadores na sociedade. A participação na Bienal Internacional do Livro de São Paulo reforça a importância da atuação dos Conselhos em eventos de grande porte, promovendo o debate sobre temas fundamentais para o avanço da profissão e para a inclusão social.
Essa edição da Bienal foi um marco, não apenas pela presença de bibliotecários e autores de relevância, mas também pela diversidade de vozes e ideias que foram trazidas ao palco. O CFB reafirma sua missão de garantir que a biblioteconomia continue a ser um espaço de inclusão, acessibilidade e transformação social.