
A Biblioteconomia sempre esteve na vanguarda da organização e disseminação do conhecimento. Em 2025, o Mês da(o) Bibliotecária(o) traz um debate essencial sobre a relação entre bibliotecas e Inteligência Artificial (IA), tecnologia que já impacta significativamente a profissão e a forma como os serviços de informação são ofertados.
A IA está transformando radicalmente a gestão da informação, desde a automação de processos técnicos até o aprimoramento dos serviços de referência. No entanto, esse avanço também impõe desafios formativos, éticos, sociais e profissionais, exigindo dos bibliotecários uma reflexão profunda sobre o impacto dessas mudanças e o futuro da profissão.
O papel da(o) bibliotecária(o) na era da IA
A(O)s bibliotecária(o)s desempenham um papel fundamental na curadoria, mediação e validação da informação, garantindo que os usuários tenham acesso a conteúdos de qualidade e confiáveis. Com a ascensão da IA, essa responsabilidade se torna ainda mais crítica, pois modelos de linguagem podem apresentar vieses, disseminar desinformação e desafiar questões de autoria e direitos autorais.
A IA também abre novas oportunidades para a profissão, permitindo maior eficiência em:
- Atividades de indexação e classificação de documentos.
- Análise semântica de textos.
- Gestão de repositórios digitais.
- Personalização da experiência do usuário.
Para que essas tecnologias sejam bem aproveitadas, os bibliotecários precisam estar capacitados para utilizá-las a favor do acesso à informação e do fortalecimento das bibliotecas como espaços de aprendizado.
Inteligência Artificial e a Biblioteconomia
A IA já é aplicada em diversos contextos da Biblioteconomia, como:
- Catálogos inteligentes, que oferecem recomendações personalizadas.
- Automação de processos técnicos, como classificação e indexação.
- Serviços de referência virtual aprimorados, com chatbots especializados.
- Identificação de fake news e análise da credibilidade das fontes.
- Análise de uso e comportamento do usuário, tornando os serviços mais assertivos.
No entanto, o avanço da IA também levanta questões importantes, como privacidade dos dados, o impacto ambiental, acesso equitativo à tecnologia e a necessidade de regulamentação ética no uso dessas ferramentas.
Diante desse cenário, o Conselho Federal de Biblioteconomia, em conjunto com os Conselhos Regionais de Biblioteconomia, convida todos os bibliotecários e bibliotecárias a se engajarem nesse debate e a refletirem sobre como a profissão pode evoluir com o avanço da IA.
A capacitação contínua será essencial para que a(o)s bibliotecária(o)s não apenas acompanhem essa transformação, mas também liderem a implementação da IA nas bibliotecas, garantindo um uso responsável e alinhado aos princípios da profissão.
Como afirma Jorge Cativo, bibliotecário especialista em Inteligência Artificial:
“A Biblioteconomia vive de um processo de reunião, tratamento, coleta, mediação e disseminação da informação, que não envolve apenas a parte técnica, mas também aspectos sociais, culturais e de gestão. Todos esses processos estão diretamente ligados à Inteligência Artificial e à sua aplicação na área.”
A IA já é uma realidade e, longe de substituir os bibliotecários, pode ser uma grande aliada quando utilizada de forma crítica e ética.
Bibliotecas: espaços de inovação e democratização do conhecimento
O Mês da(o) Bibliotecária(o) 2025 é um convite para refletirmos sobre como as bibliotecas podem se fortalecer nesse novo cenário e como os profissionais podem se preparar para os desafios e oportunidades da era digital.
Agora, mais do que nunca, é hora de abraçarmos a transformação e garantirmos que a Biblioteconomia continue sendo um pilar essencial na construção de uma sociedade informada, crítica, equitativa e participativa.