Seriam – deveriam ser – a continuação dos bibliotecários escolares, nas bibliotecas universitárias. Bibliotecários acadêmicos geralmente coordenam  uma série de atividades referentes ao ambiente universitário (eventos, palestras, oficinas, cursos) e organizam as informações, desenvolvendo coleções de acordo com o curriculum universitário. Geralmente as bibliotecas universitárias são as maiores, desenvolvendo-se até mesmo em biblioteca setoriais, formando um sistema de bibliotecas, pra melhor abarcar o acervo de acordo com os departamentos e/ou centros de ensino. Além dos serviços correntes que existem em bibliotecas – acervo especializado de livros raros e históricos, teses e dissertações, serviço de referência, etc. – algumas bibliotecas deveriam preocupar-se com a questão de liberdade intelectual, apesar de me parecer que isto – infelizmente – ainda não é uma questão para as bibliotecas universitárias no Brasil, acontecendo mais nos Estados Unidos.

A ação cultural é mais frequente em bibliotecas públicas e também em centros culturais. O bibliotecário que atua com Ação Cultural, é consciente de sua dimensão educativa e política e visa transformar e operar mudanças na realidade da comunidade onde está inserido. Além da comunidade, seu relacionamento também pode se estender a movimentos sociais, engajando-se em projetos amplos com o objetivo de integrar a comunidade como um todo. Enquanto o bibliotecário de Instrução ensina e auxilia os usuários, o bibliotecário de Ação Cultural faz a mediação entre a comunidade e o projeto a ser desenvolvido, tratando usuários não como receptores apenas, mas como sujeitos da criação cultural. É interessante o papel de desalienação da cultura de massa e busca de uma identidade cultural própria, que pode surgir de uma idéia do bibliotecário de Ação Cultural. Em seu papel de líder, o agente deve recorrer às possíveis fontes de recursos a fim de viabilizar a implementação dos projetos, seja através de órgãos governamentais ou entidades privadas, valendo-se das leis de incentivo à cultura. Tirei estas informações do texto Ação Cultural: possibilidades de atuação do bibliotecário.

Acho que estes são os mais ‘administradores’ e/ou gestores dos bibliotecários e acredito que este tipo de planejamento geralmente é feito pelo bibliotecário-chefe, que também tem outras atribuições e responsabilidades. Meio raro ter uma equipe ou uma pessoa que lide exclusivamente com isso, mas talvez exista e eu desconheça. Tem gente que acha que o desenvolvimento de coleções compete apenas ao bibliotecário, outros que acham que compete à comunidade, aos usuários da biblioteca em questão e né, claro, eu sempre acho que tem uma terceira via e que tudo deve ser equilibrado. A seleção de livros, periódicos, fontes eletrônicas e outros materiais precisa de um monitoramento. Posições que lidam com orçamento são complicadas e todos os planos para aprovação tem que ser muito bem justificados para que alguma decisão que envolva certos recursos seja acatada.

Desde o início do curso nos dizem que precisamos trabalhar na biblioteca que mais tem a ver com o nosso perfil de personalidade. Para se trabalhar em uma biblioteca escolar, não tem muito jeito: pré-requisito básico é gostar de crianças e pré-adolescentes. Geralmente bibliotecários escolares trabalham em conjunto com professores – e às vezes também de forma muito parecida, como professores – estimulando a leitura e ajudando as crianças com o uso de ferramentas da internet. As atividades de um bibliotecário escolar são coordenadas de acordo com o currículo, embora não devam ater-se apenas a ele. Uma biblioteca escolar tem acervo especial com material diferenciado  – gibis, revistas para crianças, etc – e programas voltados para crianças, focando também a interação com os pais.

Bibliotecários especiais são diferentes de bibliotecários especializados por suas preocupações serem ainda mais específicas. Bibliotecários especiais estendem seus serviços e benefícios a outras parcelas da comunidade, provendo serviços informacionais e culturais para grupos de minorias, tais como pessoas com deficiências (auditiva, visual, mental, etc), estrangeiros, alguns grupos de movimentos sociais, comunidades desamparadas ou de baixa renda, prisioneiros e transgressores, sem teto e comunidades rurais.

Trabalham em bibliotecas de medicina, odontologia, direito, artes, em grandes acervos de fotografias ou em bibliotecas de empresas particulares. Tive uma experiência de 4 meses em uma biblioteca de uma empresa de engenharia e percebi que é um trabalho que demanda um alto nível de comprometimento com a empresa ou área com a qual você está lidando, sendo necessário um alto senso de cultura organizacional, enxergando a área específica na qual você está trabalhando de um modo mais sistêmico, holístico mesmo. Ou seja, o trabalho de gerenciamento da biblioteca é importante? Sim, é, mas o bibliotecário especialista não deve focar-se apenas nele se quiser ser bom. Basicamente, qualquer área do conhecimento pode ter seu próprio bibliotecário, basta a pessoa ter interesse pela área em questão e ser motivada.

Auxiliam com o letramento informacional de usuários em aulas presenciais e/ou através da criação de objetos de aprendizagem online. Instruem usuários a encontrar, avaliar e usar a informação efetivamente, usarem determinados programas e bases de dados, ou indicam quais são as normas (ABNT, Vancouver, etc.) mais utilizadas e aceitas para apresentação de pesquisas ou trabalhos acadêmicos. São mais comuns em bibliotecas acadêmicas.

Estes seriam os profissionais que trabalham “nos bastidores” da biblioteca, com catalogação, classificação e indexação de todos os materiais do acervo.  Por ser um trabalho muito recluso, repetitivo e que lida com  uma série de materiais auxiliares (AACR2, CDD, CDU, Cutter-Sanborn), ele tende a ser menosprezado por quem tem uma personalidade mais ativa e crítica, como coisa que “qualquer pessoa ensinada pode fazer”. Concordo que até pessoas não ensinadas podem trabalhar com processamento técnico, mas a maioria  – dada a oportunidade – simplesmente não se dará a este trabalho (ao menos não numa biblioteca física, rs). Quem é bibliotecário faz isso por que gosta, por que acha curioso descrever itens diferentes, porque acha o processo de classificação algo criativo, por mais que aparentemente não seja.  E quem considera estas coisas inúteis é porque talvez tenha preocupações muito mais nobres que estas. Pessoalmente, considero este tipo de serviço o núcleo, pois se eles não existissem tais como são, a biblioteconomia provavelmente se descaracterizaria e se tornaria outra coisa que talvez ainda não exista (que é o que provavelmente acontecerá, algum dia). Aliás, foi justamente aprender como funciona o processamento técnico que me motivou a fazer o curso de biblioteconomia. Mas também acredito que organizar informação é apenas mais uma parte de todo um processo e não o processo principal ou ainda, o menos importante. É apenas essencial  – pra não dizer, o mínimo – para uma biblioteca (física) que se pretende razoavelmente organizada.

Trabalham diretamente com o público, com pessoas de todas as idades e vários tipos de materiais. Ajudam as pessoas a realizar levantamentos bibliográficos para uma pesquisa e encontrarem as informações que precisam, muitas vezes através de uma conversa estruturada,  tipo uma entrevista de referência. A ajuda pode tomar forma de pesquisa sobre uma questão específica, promovendo um uso mais direcionado de bases de dados e outras fontes eletrônicas de informação. O bibliotecário de referência ainda pode obter materiais especializados de outras fontes ou prover acesso a materiais delicados ou raros.

Alguns cursos – inclusive o curso de biblioteconomia da UFSC, há alguns anos – ofereciam disciplinas optativas de restauração de livros, especificamente. Esta disciplina não consta mais no currículo e também tem se tornado rara nos cursos de graduação talvez pelo baixo interesse e também por conta dos materiais de restauro, que são caros. Mas por incrível que pareça, ainda tem gente que faz restauração de livros. Algumas pessoas nem chamariam de bibliotecários, mas talvez bibliófilos-restauradores que entendem de técnicas de restauração de livros antigos. As pessoas que trabalham com isso compreendem que, além do apego sentimental aos livros – que muita gente ainda tem –  questões como a preservação e a memória também tem sua relevância, em alguns contextos.

 Desenvolvem, reparam e mantém os sistemas de bibliotecas, fornecendo bases para a organização das informações a partir do computador, sejam elas feitas por bibliotecários ou usuários. O trabalho de um bibliotecário de sistemas pode incluir o catálogo, bem como outros sistemas relacionados, tendo como principal foco a qualidade na recuperação das informações e auxílio no desenvolvimento de interfaces amigáveis que auxiliam na autonomia de usuários, na busca por informações. Para este tipo de bibliotecário, conhecimentos de informática (bancos de dados, sistemas operacionais, programação, software livre, etc.) não são apenas desejáveis como inatos – não aprende-se isso no curso de biblioteconomia: usa-se o que já se aprendeu (de um modo ou outro, às vezes com autodidatismo mesmo) para aplica o que já se sabe ao que se aprende ao longo do curso de biblioteconomia. Mas isto é só o que eu acho, enfim…  Tudo o que escrevi aqui encontrei em um pdf. da FURG, que fala um pouco sobre o bibliotecário de sistemas.

Ou em inglês, os weblibrarians (pois pessoalmente não gosto da palavra cibertecário). Como exemplo de biblioteca virtual que me lembro de primeira, é a  Biblioteca Virtual do  Governo do Estado de São Paulo, onde trabalham os colegas @weblibrarian e a @refazioli. De acordo com a descrição que encontrei, bibliotecários virtuais administram bases de dados e trabalham para organizar e preservar uma série de informações que encontramos disponíveis online. Esses bibliotecários são tipicamente classificados como Arquitetos da Informação e este tipo de trabalho pode ser bastante inovador, principalmente quando aplicado em conjunto com bibliotecas físicas. Eles podem desenvolver meios novos e incomuns de arquitetura de informação e linkar dados de uma fonte com outra.

As áreas interdisciplinares que corroboram com a Biblioterapia geralmente são a enfermagem e também a psicologia.  A biblioterapia pode ser conceituada como a prescrição de materiais de leitura com função terapêutica. A prática biblioterapêutica pode ser utilizada como um importante instrumento no restabelecimento psíquico de indivíduos com transtornos emocionais. O foco do biblioterapeuta é bastante  voltado para os pacientes que estão sendo atendidos, e as atividades de biblioteca (administração, processamento, gestão), apesar de também serem importantes, ficam sempre em segundo plano.